sexta-feira, agosto 25, 2006

(...)

Atravessas caminhos sem nexo, não páras nos recuos que fazes perante a humilhação que sofres...continuas....Olhas para trás, não te sentes tu, há novas coisas que descobriste, que encontraste. Brilhas em teu olhar no mesmo momento que ocultas tudo aquilo que te faz mal, e quem te faz mal, mas que também te faz bem. Não conheces o que vives, o que vivem, não entendes o que te mostram, e o que vivem nas tuas costas. Queres continuar, colocas um pé atrás, na expectativa do sofrimento não se apoderar, mas é inevitável....tudo acontece. Há ideias que se misturam, que corroem, que vão destruindo a pouco e pouco sentimentos, ilusões, entregas. Será que irá ser tudo como já foi? Tentas esquecer momentos de raiva, de enganos, desesperos....Tentas agarrar o amor em duas mãos, de outras mãos que to entregam, mas essas mesmas mãos se soltam e partem para outras mãos que não as tuas.....Perguntas-te se será isso amor? O que será amor? Valerá a pena o amor? Há coisas que não se fazem, há outras que não se explicam, outras ainda que não se entendem....Perguntas-te sobre ti própria, não encontras resposta para tudo aquilo que permites, encaixas em modelos que te impõem, quando dizem que te amam, não entendes, há muito que deixaste de entender, e tudo volta a acontecer, da mesma forma, mesmo sendo diferente. Interiormente manténs a esperança que os olhos se abram e que o sentimento fale mais alto. " Enquanto houver sentimento", tudo vale a pena, mas também as tropelias que te impõem fazem-te temer que o sentimento se vá desgastando, Não há amor que resista ao sentimento de traição, não há perdão para o mesmo acontecimento. As ideias começam a clarear, é bom a distância, faz-nos pensar, sentir a falta, imaginar a solidão. É bom o reencontro, faz-nos acreditar que tudo mudará, para o que já foi um dia. Há pequenos acontecimentos que te marcam, mas ninguém se lembra mais deles.....ninguém se recorda do teu sorriso ao som de uma melodia de palavras.... Mas irá tudo voltar ao normal. Ao normal do amor, da entrega, da dedicação, em dois corpos a quatro mãos, acreditas piamente, que tudo será melhor, queres que seja melhor...encontras-te o amor, dizes tu, mas será que o amor também te encontrou?

Sexta-feira, Maio 12, 2006
...

E afinal o que é o amor?
Ninguém busca o amor, sentimento abstracto no seu verdadeiro sentido. Apenas se procura incassávelmente alguém que nos "proteja".

Pobres dos que se rendem á comodidade, á insignificância de viver em duas vidas, de não terem, nem ousarem "procurar", algo que as arrebate, que as faça levitar... Pobres de ideias, pobres de espiríto, podres, acabados sem sequer serem começados. Limitam-se á vulgaridade, banalidade instalada e acabada. E para esses, nada mais existe....

Eu, prefiro ser a chuva em terra molhada, suspiro nos lábios de quem sente, braços que me apertam suavemente. Eu prefiro levitar, flutuar, voar..... E agora prefiro perder-me, para no fim me encontrar...

terça-feira, 29 Agosto 2006

VIII

Nas minhas mãos ponho meu decote
Uso e abuso fugazmente desta minha sorte
Vagueio sob estradas por mim descobertas
Não paro para quasquer melodias incertas
.
As palavras já não soam como antigamente
E constantemente me roço naquelas esquinas
Sinto gotas deste meu sol, e A TI que me fascinas
Calafrios me invadem, onde devia estar quente
.
Sinto na pele o que não me sei explicar
Atropelo o tempo que me passa descontente
Olho dentro do olhar de outra tanta gente...
Vazio, encontro frio onde encontro cada olhar
.
A sombra já não brilha neste mar ausente
O silêncio já não se ouve onde não existe
O sorriso já não dá lugar a algo triste
O coração apenas sente o que sempre irá sentir
.

Estarei onde julgarei (talvez) que tudo me sente
E a alegria? Ai um dia....também essa irá partir!!!

Quinta-feira, Março 30, 2006

VII

Vislumbro na serenidade contida num mar de sonhos
O encanto que passa, e enternece cada sentido.
Nada tem mais resplandecer que a aurora de cada manhã!
.
E o sufocar apertado dum sentimento enjaulado!
.
Tudo parece ruir a cada momento que não vem
E nada passa, tudo fica, mas nada permanece....
E a ansiedade impera em cada poro que percorre esta seiva...
.
Se houver vontade, tudo passará deste querer...
.
E as madrugadas aconchegam em seu manto a saudade
Que as noites teimam em lembrar, enternecidas
E a cada movimento brusco fluem recordações.....
.
Encontrar, partilhar, amar também significa sofrer!
.
O brilho do olhar invade eficazmente o sentimento
Nada enlouquece mais deste bem querer
Nada quer mais que uma doce melodia em passos serenos.
.
A verdade sentida, imaculada num coração apertado...

Terça-feira, Março 28, 2006

VI


Acordei do inevitável
Tinha que ceder, um dia
Não sou para mim, mais do que aquilo que me basta...
E como isso me completa...
Mas faltas-me...
Mesmo quando penso em não te querer, es tu que sinto...
E rodam as vidas separadas, por momentos...
Vou beber mais um copo, e sobreviver esta noite.
Vou cravar as minhas mãos em meu peito e sonhar....
Ao menos neste momento estou contigo...
Sabias?
Mas depois, tudo passa,
E até eu não passo de uma escrava de meus próprios sentimentos.....
E tudo por uma rosa......

Segunda-feira, Março 06, 2006

V


Sobejam almas aparentes
Elas não sabem onde pára o infinito
E na dúvida, todas as certezas acertam aparentemente!!!
Não há dádiva que não permaneça..
Não há rumor que não me enlouqueça.
Nem há nada que não me aconteça!!!...
Há vida em mim, para mim...
E enquanto assim for, nada renegarei...
E caminharei junto áqueles que me acompanham...
Abraçarei o abraço que me aconchegará...
Até lá, sou apenas eu, sou apenas eu e tu, nós?!!!...
E nada mais existe!!!

Quarta-feira, Março 01, 2006

IV

Visto o meu top vermelho
Com ele sinto-me fabulosa á procura da existência
Pinto os meus cabelos de loiro
E sinto-me florescer em raios de sol
Passo nos lábios um brilho leve
E elevo-me na imagem que transpareço
Coloco mil sorrisos em meus lábios
E procuro sorrisos em outras bocas
Vou a lugares que desconheço
Cumprimento até quem não conheço
Ando á deriva, nos meus sapatos de salto
Juras que me esperas?
Eu não demoro!!!
Vou apenas saber onde fiquei....
Vou agarrar na minha mão e trazer-me de volta...
De onde não deveria ter saído....
Juras que me esperas?
Mesmo que eu mude de roupa pelo caminho?

Sexta-feira, Fevereiro 24, 2006

III

Massacro os meus sentimentos
Abandono-me na minha sorte
E já não existo, já não sou....
.
Luto na intolerância e tento-me convencer
Que tudo sou, sem nada ser...
.
Se eu não sou tudo porque sinto tanto o nada?
Apago os olhos para a luz, contenho-me...
.
Quero renascer num novo eu!!!!
.
Mas não entendes o meu renascer?
Só vês o que te mostro á luz?
Já me perguntaste o que sinto durante a noite?
.
Contenho-me, tenho que me conter
E no fim, é sempre um novo começo!!!
.
Fecho os olhos e tudo o que vejo...
É tudo o que sinto
E o que sinto, é o que não tenho....
.
Apago a luz....fecho os olhos....
.
(não consegui dormir nada esta noite)

Quarta-feira, Fevereiro 22, 2006

Não digas a ninguem

Não digas a ninguém, que eu bati á tua porta, te pedi para entrar.
Enquanto a vela ardia, secavam minhas lágrimas perdidas
E as tuas caiam sobre meus ombros cansados...
.
Não digas a ninguém, que discutimos e nos maltratamos...
Enquanto as tuas palavras ecoam em mim...
O meu silêncio consegue trespassar-te....
.
Não digas a ninguém, que conseguimos abraçar-nos...
Enquanto o silêncio percorre o quarto,
O som dos nossos lábios é uma eterna melodia...
.
Não digas a ninguém, que somos um rio de esperança louca...
Enquanto deságuamos as mágoas em nós
O amor aborve-nos no aconchego do seu abraço...
.
Não digas a ninguém que me amas, e sabes que eu também te amo...
Enquanto a eternidade de um tão grande amor durar
Enlouqueceremos juntos nessa loucura
Mas não digas a ninguém....que chegamos a chorar ....
Não digas, não digas a ninguém....

Quarta-feira, Fevereiro 08, 2006

As palavras que tenho em mim

As palavras que tenho em mim
Que não ouso sequer dizer
Falam de ti, aqui assim
Não me deixando nunca esquecer...
.
E depois de as não dizer
Não as esqueço, no entanto
Que mesmo aqui neste meu pranto
As palavras que te não digo
Estarão e ficarão sempre comigo
Durante a vida, até morrer...
.
Se eu pudesse ter o dom de as desabafar
De saber dentro de mim como as encontrar
Eram tantas, amor, as palavras que te diria
Mas quem sabe, talvez um dia
Não chegue o meu intenso olhar
E as palavras nascerão em minha boca
Fluirão num rio de esperança louca...
.
Se soubesses o que tenho para te dizer
E sinto que as palavras não chegarão...
Será por isso que as te não digo?
Não amor, sei que não....
.
Apenas não consigo
Alinhar todas as palavras que trago no coração...
.
Porque são muitas, amor, são imensas
E todas elas traduzem o valor desta paixão
Porque estão dispersas, amor, estão dispersas
E não tas direi, amor, sei que não...
.

As palavras que tenho em mim
Que não ouso sequer dizer...
Fluem em meu sentimento sem fim
Durante a vida, até morrer....

Quarta-feira, Fevereiro 01, 2006

Sentimentos

A cada palavra que fica por dizer
Perpetuando o sentido de quem não sente
São as vozes que não oiço no inconsciente
E que me arrasam, arrastando o sofrer.
.
E as melodias que embalei numa vida contida
Nos prantos de uma dor imensa que em mim se instalou
São desgostos vãos, mágoas duma imensa ferida
Que me assolam, me destroem, num tempo que não parou
.
Ah, desabafos que em mim habitam fechados
Não se insurgindo no real daquilo que sou
Ah, fragmentos em meu peito bem guardados
Que me magoam com a dor que em mim causou
.
Se eu pudesse ser diferente, se ao menos tentasse
Dar um grito de revolta e me decifrasse
Cairiam pedras de meu peito, já estilhaçado
Abandonava um sentimento abandonado
Velejaria nos barcos eternos da felicidade
Mergulhava em mim, encontraria a minha verdade
.

Ah, se eu pudesse, esquecer as mágoas duma vida
Viveria tão feliz!!!!!...

Segunda-feira, Janeiro 30, 2006

O que sentes

Quando encantas o sonho que acaletas em teu coração,
E vives na imensidão de algo que te faz vibrar,
Retomando a rédea sonora de um poema em canção
Ofuscando um sentimento sublime de igualar...
.
O que sentes nas histórias que recordas...
O que sentes?
.
Quando revives sonhos de paixão outrora eternos
E somas fotos coleccionadas em tua memória
E mandas piropos cansados duma bela história
E lágrimas brotam de olhares ternos?
.
O que sentes nas histórias que recordas...
O que sentes?
.
E quando tudo parece estar esquecido
Do nada e para o nada foi o vivido
E acalentas uma dor tremenda em ti
E sabes que nada ficou por aqui?
.
O que sentes nas histórias que recordas...
O que sentes?
.
E quando somas um olhar indiscreto
Sentido no imaginário que hoje sentes
Medos que assolam diversas mentes
Num olhar, e sentimentos muito perto?
.
O que sentes nas histórias que recordas...
O que sentes?
.
E no entanto vivemos de novo as memórias
Parecendo que tudo vai ser diferente
Sentimos de novo o que estava ausente
Sentimo-nos no limiar das glórias...
.
O que sentes na história que vives agora?
O que sentes?
.
E tudo parece não ter fim, nem passado
Tudo é novo, fazemos do certo o errado
Lutamos e paramos no coração
Ausentamo-nos da própria solidão...
.
O que sentes na história deste amor?
O que sentes?
Diz-me que não terá fim....
.

(quando brotarão em teus dedos, os sentimentos e escreverás para mim a mais bela das melodias?

Sexta-feira, Janeiro 27, 2006

Quantas vezes?

Quantas vezes contemplei o mar e toda a sua imensidão,
E mergulhei nas suas ondas intensas e dei de mim,
E lhe ouvi a voz no eco de meus prantos?
Quantas vezes me resumi num luar intenso,
E me iludi por uma lua que não minha,
E não me vi no espelho dum espelhar imenso?
.
Quantas vezes contei estrelas miudinhas,
Daquelas que brilhei com elas o seu brilho,
E depois não as tinha mais comigo?
Quantas vezes vagueei nos pastos destes campos,
E cheirei os aromas do rosmaninho,
E me entreti descalça sobre as ervas molhadas?
.
Quantas vezes me deleitei em águas paradas?
Deste rio onde me banhei, e me refresquei,
Deste rio que já me perdeu!
Quantas vezes senti a brisa em meu rosto?
Vir de mansinho pousar em meu regaço,
Refrescando o cansaço dos meus sentidos?
.
Quantas vezes dei por mim pensando?
Quantas vezes dei por mim esquecendo?
Quantas vezes dei por mim lembrando?
Quantas, meu Deus, quantas?
.
Quantas vezes mais terei que em teus olhos olhar?
Para perceberes o quanto sou tua, apenas
E nem nas palavras grandes, nem pequenas
Manifesto este meu tão grande sentimento
E que a conjugação deste verbo que é amar
É feito no meu peito, contigo, a cada momento?
.

Quantas, meu Deus, quantas?

Quarta-feira, Janeiro 25, 2006

Na montanha

No cume da mais bela montanha, enviei um sorriso meu
Tentando que decifrasse o enlace, dum gesto apenas teu
Entoando palavras serenas, de amor por ti conseguido
Exalando aroma saído de mim, fortemente sonante
Gritando sentimento efectivo, realmente sentido
Pairando nas brumas eternas dum breve instante....
.
No cume da mais bela montanha, deslizou um beijo meu
Tentando encontrar a frescura que em teus lábios flutua
Voou nas asas de um pássaro, e até ele se rendeu
Á doçura refrescante sentida, em mil ilusões criadas
Á loucura de mil palavras de amor, por mim enviadas
Á vontade eterna que trago em mim, de ser tua...
.
No cume da mais bela montanha, enlacei teu corpo no meu
E lá nos encontrámos, discretamente, nos amámos
Palmilhámos terras traçadas de glórias, de histórias
Senti o eterno sabor, frescura de tudo, sentimento teu
Escrevemos nas rochas, os sonhos que sonhámos...
Plantámos eternamente palavras em nossas memórias
.

No cume da mais bela montanha, tua alma me entregaste
E amei-te, no momento que me beijaste, que me tocaste...

Sábado, Janeiro 21, 2006

II

Voei, no cume das núvens macias me encontrei
Num instante que o meu limite ditou um dia, que não conseguia
E a brisa aconchegou minha áurea ternamente
Eu quis voar, somente, á espera de me encontrar
.
Nada me detém, onde não estou, onde não sou...
Os labirintos que me perseguem, que me seguem....
Talvez um dia me hã-de guiar, neste lugar...
Talvez até, alguém me compreenda, alguém me leia...
.
As mágoas alojadas serão até decifradas,
E os momentos estão guardados nas palavras em mim
Será sempre assim, será sempre assim....
.
Ditaram-me sentenças, baseando-se em aparências...
Ah, banalidades que me marcaram, e não ficaram...
Eu sou assim, eu estou em mim...
.
Só quem me lê, me entende, me decifra...
Só quem me "vê", me dá a mão quando preciso....
Só, somente quem me sente, me vê realmente....
.
Até lá, sou mera banalidade, uma fraude....
Um sorriso em boca pequena, que grita...
Eu estou aqui, a sorrir, mas estou a mentir....
.
Quando encontrarei a peça que falta em meu puzzle?

Quarta-feira, Janeiro 11, 2006

?

Sinto, no sonho ressurgido que já nem sinto...
Canto no encanto em pranto deste mar imenso que me absorve
Devolvo onde me envolvo e me resolvo onde nada está...
Submeto-me, interrogo e percorro o que fica, o que não há....
Surjo do nada, e para o nada me guio nesta luta constante
E já nem sinto o olhar de antigamente, fugaz, que me escapou um dia...
.
Cambaleio na luz que me devia guiar, mas não guia...
fico presa a estas correntes pesadas que me atam a alma
E de novo paro e me magoo, nada pode ser diferente...
Fito o passado, errado, mas que não passou...
Deambulo e engulo histórias de certas memórias, mas eu não o sou, não o sou...
.
Atiro lamúrias que definham na inconstância desta sorte...
Duvidam de meus pensamentos, mas serei eu, até á morte...
Entristeço a alma, e nada me surje de novo em mim, nada se perde, nada se ganha
E o pudor das cantigas de rua, apodera-se e tudo passa, modifica-se
Mas eu somente eu, me prendo e não me guio, apenas me ato...
.
Sinto no peito, uma dor de um jeito, que não sei explicar...
Na dúvida certa, de quem não confia, desatina o sentir, de algo que não há...
Não existe o que não passa de nada, o que não é nada, apenas desconfiança
Sinto dor, porque é na minha balança que sinto o peso, desta dúvida...
Mas o vento vem, e trará aquém das suas memórias, as minhas histórias
.
Sei que é lento, e lentamente se vai dispassando, não sei quando....
Mas nesta turbulência algo fica, sem saber se vai, se está ou se mantém
É o grotesco semblante aparente de alguém, na dúvida do medo de perder
Mas haverá algo a perder? Já tudo se foi, tudo foi escolhido e resumido
Decifrou-se a sigla do meu jeito....venceu tudo e todos...ficou o Amor...
.
No limiar da rua onde passamos de mão dada, todos duvidam, até nós....
Carregamos nossos fardos encalhados, por razões diferentes, não se conjugam...
Não nos julgam, apenas diferenciam a razão, que não tem que ser assim...
E depois de mim, há tanta coisa, e antes também, até durante, que me arrepela
E se eu disser que me gela, a banalidade surgiria em desalinho constante....
.

Vou parar....nada mais há a dizer....

Terça-feira, Janeiro 10, 2006

Para uma amiga


Caminhas sobre a água que te gela a mente
Andas no limite deste fogo ardente
E giras, na certeza de estares incerta
.
Entregas murmúrios, e a mente desperta
Fugaz, escapando ao limite, basta imaginar...
Imploras ausências, cedes tentações...
.
Navegas culminando a parte incerta
Onde o caminho te tenta parar...
Mas voas, nas asas de mil ilusões
.
Sonha, joga a mão e o sol alcança
Senta-te a ler sobre o ondular da lua
.
Vive, que esta vida é apenas tua....
Vive, com o olhar na esperança...

Sexta-feira, Janeiro 06, 2006

Pinceladas

Nos murmurios de minha tela
Rolam as lágrimas pintadas a óleo
Já nada me enternece nesta pintura...
.
As cores que outrora habitavam aqui
Já nada me dizem, não as oiço....
E o vento levou todas as palavras...
.
A tinta apagou os sorrisos tristes
Pinceladas de mil cores....desvanecidas
O sol já não chega aqui...
.
Espreito pela janela, adormeço a noite
Pego em minha tela e sigo sonhos
Hei-de encontrar o tom certo para a minha pintura...

Terça-feira, Janeiro 03, 2006

Estradas

Lavas o rosto com as lágrimas da solidão
Encaixas no teu perfil, um aroma
Que não é teu...
Afogas sorrisos mortos num mar de estrelas
Não sabes sorrir....
.
Enveredas na estrada que te lança ao abismo
Não desistes, nem olhas para trás
Ignoras tenazmente a sabedoria do céu
Que te acompanha....
.
Segues no paralelo da ignorância
Que te atropela os sentidos e te faz parar
Não vives mais, além da noite...
E o escuro é o teu melhor conselheiro....
Que tola és,....
.
E todas as tolices te corroem...
Porque querias ser diferente....
Querias ver....
Até onde te levaria a estrada que percorres
.
Mas não sabes, tu não vês
Derivas, apenas derivas e te cruzas
Várias vezes pela tua consciência......
Que te carrega em suas mãos de seda.
.
Corres, tentas fugir, mas a teia é grande....
Tão grande, mas cabe em qualquer estrada que percorras....
Sexta-feira, Dezembro 16, 2005

Dúvidas

Navego neste labirinto de incertezas
Transtornos que minha mente disturba nestas memórias
Onde o sonho navega
Mas eu não me encontro...
.
Respiro soluços destas histórias que me lêm
Corrompo neste mar em desalinho
Onde assenta a poeira da minha alma
Que grita com voz cansada...
.
Vivo numa imensidão de subúrbios
Que me acompanham na leveza escura de algo
Algo que não entendo
Mas que sei que não me chega, não me basta
.
Corro em desalinho pelos corredores incertos
Que não me guiam, não me servem, não me conhecem
Ouço vozes frias interrompendo o silêncio...
Mas nada de novo me dizem....
.
Insisto levemente para que a brisa do mar suado
Me leve nos caminhos do destino que me traçou
Mas nada me detém, nada me segura, nada me segue
Prevejo o incerto da certeza....Corroo minha leveza ténue desta manhã
.
Que no silêncio me quis ditar sentenças...
Não aceito....não desisto....não cedo
Tenho que cair, para me levantar
Tudo me diz que tou errada, que vou esbarrar
Tudo me segue constantemente e me aponta
Mas algo me faz ir em frente......sem força
.
Mas sigo, por algum motivo, sigo....
Sei que sou contrária ás leis deste todo
Sei que sou condenada aos olhos deste todo
Sei isso tudo....mas continuo....
.
E nada me segue, mas nada me para.
Quando cair, haverá algo de novo
Que me fará levantar.....que me amparará
Até lá, sigo em frente, sigo para a frente
Sigo o caminho de meu coração.
Sábado, Dezembro 17, 2005

(...)

Absortas em pensamentos banais
Nas loucuras destas vidas imparciais
Onde depois do nada, nada interessa
No desinteresse se vive á pressa
Subjugando a vida, os outros, o mundo
Aproximar-se e tocar bem no fundo
Tentar absorver as vivências
Iludir-se nas próprias aparências...
Ah, condição banal e vazia
Numa sociedade pobre e tão fria
Quarta-feira, Dezembro 28, 2005

Delírios


Este sol quente que me gela a alma
Na brisa do vento que sopra em meu rosto
E nada desgosto neste íntimo gosto
Neste desassossego que me assombra a calma
.
Corre, alma parada e alcança o infinito
Desabrocha nesta estrada que te conduz
Finge um sentimento, este que eu sinto
Onde o escuro me atinge com sua luz
.
Sufoca no anseio deste meu vazio
Que preenche o silêncio da alvorada
Fica só, com este meu calor tão frio
Tenho tudo, onde não encontro nada...
.
Olhos que vêm o nada onde não está
No incensante declínio que é esta sorte
Feita do azar fugaz, eis o que há
Abandonando-me, acompanhas-me até á morte.
Quinta-feira, Dezembro 29, 2005

Lágrimas

Lágrimas rolantes....
Ausentes...daquelas faces onde já ninguém mora
Lágrimas que voam...
Planando a planície de sonhos inegualáveis
Lágrimas de saudades de coisas que nunca tive,
De vidas que não vivi....
Lágrimas cansadas de sorrir...
De existir num mundo em que não sentem.
Lágrimas...
Lágrimas de dor camufladas nos silêncios...
Escondidas em cada gargalhada...neste meu jeito
Em cada copo de bar despejado na loucura...
São lágrimas, sinceras as que tenho em mim...
Lágrimas...
Que me comovem, me despem e me lavam...
Que me aceitam, me entendem, me aliviam...
São lágrimas....
Que trago no peito, para me aquecer nas noites frias
Em que nada é certo, nada é justo
E estas lágrimas confortam-me....
Interiorizam em mim o melhor...
São as lágrimas ..... desta solidão...
Terça-feira, Novembro 29, 2005

Nós

Deambulam loucuras, por aí
Encostadas nas paredes desnudas....
A solidão abraça o carinho do céu
Lembram-me incandescências de outras ruas,
Que percorremos de mãos dadas...
.
E a lua, ai a lua...
Acompanhou sempre nossos devaneios...
.
Percorrem absortos no escuro
Não sabem para onde vão, eles não sabem
Limitam-se ao limiar do limite
Mas nós...
Nós não...
.
E o céu, ai o céu...
Esse abriga-nos os sorrisos contidos!
.
E ninguém sabe, ninguém viu
Ninguém crê
E voamos, voamos, seguimos sonhos...
Nós.... Tu e eu
E as estrelas, ai as estrelas
Só elas nos compreendem....
.
Domingo, Novembro 06, 2005

Será eterno


Remetendo ao silêncio, sufocado no abismo
Pairando sobre o mar delirante,
Abro minha mente, julgo, penso e cismo
Afogo em mágoas minha dor constante!
.
E se de repente, nosso olhar se cruzar?
E se de repente nosso coração bater?
E se de repente nossa boca se tocar?
Repentinamente para tudo esquecer!!!
.
Magia na doce mágoa pairando
Envolventes que afogam o querer
Sorrisos, ao vento, deslizando
.
Se por inconstâncias de um futuro ausente
Se por te amar o meu preço é sofrer
Deixa-me amar-te, sonhando eternamente.
.
Quinta-feira, Novembro 03, 2005

II


Nas entranhas da alma profunda
No silêncio da noite sombria,
Da leveza deste sonho que se afunda
Ofuscando querer-te, talvez, um dia
.
E se em sonhos a mente divagar
Contornando este sillêncio sagazmente,
Vem, levemente, deixa-me sonhar
Num sonho de te pertencer eternamente!!!
.
E se por palavras é o amor feito,
Por sentimentos contornantes de luz
Sente esta dor que trago no peito!!!
.
Voa alto, silêncio de minha alma e alcança
Aquele momento atroz que me seduz
Enche-me o olhar de esperança!!!...
.
Quinta-feira, Novembro 03, 2005

I


Cantava a alma na atrocidade desesperante,
Sufocada no silêncio do obscuro,
Penetrava o caminho longo, ofuscante
Escalava com lágrimas angustiantes, teu muro!
.
E no silêncio da tormenta da ilusão,
Angustiando no sofrer do sofrimento,
Arrancava pedaços do seu coração
E depois, atirava-os ao vento
.
Ai vida minha, que tormentos
Que atormentam em vão meu sofrimento,
Roubando-me todos os momentos....
.
E se ao vento te jogarei desamparada,
Gritarei baixinho em altos lamentos
Volta, que sem ti não sou nada....
.
Quinta-feira, Novembro 03, 2005