sexta-feira, agosto 25, 2006

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Sinto, no sonho ressurgido que já nem sinto...
Canto no encanto em pranto deste mar imenso que me absorve
Devolvo onde me envolvo e me resolvo onde nada está...
Submeto-me, interrogo e percorro o que fica, o que não há....
Surjo do nada, e para o nada me guio nesta luta constante
E já nem sinto o olhar de antigamente, fugaz, que me escapou um dia...
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Cambaleio na luz que me devia guiar, mas não guia...
fico presa a estas correntes pesadas que me atam a alma
E de novo paro e me magoo, nada pode ser diferente...
Fito o passado, errado, mas que não passou...
Deambulo e engulo histórias de certas memórias, mas eu não o sou, não o sou...
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Atiro lamúrias que definham na inconstância desta sorte...
Duvidam de meus pensamentos, mas serei eu, até á morte...
Entristeço a alma, e nada me surje de novo em mim, nada se perde, nada se ganha
E o pudor das cantigas de rua, apodera-se e tudo passa, modifica-se
Mas eu somente eu, me prendo e não me guio, apenas me ato...
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Sinto no peito, uma dor de um jeito, que não sei explicar...
Na dúvida certa, de quem não confia, desatina o sentir, de algo que não há...
Não existe o que não passa de nada, o que não é nada, apenas desconfiança
Sinto dor, porque é na minha balança que sinto o peso, desta dúvida...
Mas o vento vem, e trará aquém das suas memórias, as minhas histórias
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Sei que é lento, e lentamente se vai dispassando, não sei quando....
Mas nesta turbulência algo fica, sem saber se vai, se está ou se mantém
É o grotesco semblante aparente de alguém, na dúvida do medo de perder
Mas haverá algo a perder? Já tudo se foi, tudo foi escolhido e resumido
Decifrou-se a sigla do meu jeito....venceu tudo e todos...ficou o Amor...
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No limiar da rua onde passamos de mão dada, todos duvidam, até nós....
Carregamos nossos fardos encalhados, por razões diferentes, não se conjugam...
Não nos julgam, apenas diferenciam a razão, que não tem que ser assim...
E depois de mim, há tanta coisa, e antes também, até durante, que me arrepela
E se eu disser que me gela, a banalidade surgiria em desalinho constante....
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Vou parar....nada mais há a dizer....

Terça-feira, Janeiro 10, 2006